terça-feira, 30 de junho de 2009

Há momentos em que nos sentimos entre a espada e a parede; em que o chão parece uma fina chapa de gelo que se pode partir a qualquer altura...
Por mais razões que tenhamos para não confiar nos outros, não podemos permitir que esse estado de espírito nos domine: estaríamos a fazer o jogo de quem nos levou a essa situação. A falta de confiança e os seus motivos são como ramos secos que quebramos com um estalido e jogamos ao chão para continuar a marcha...

O que torna a vida, muitas vezes, insuportável, é que pode (e deve) ser precisamente o contrário... e isto sobre o lume brando do tempo que se escoa....

Se é fácil considerar que estamos sós porque é que é tão difícil aceitar que estamos sòzinhos?

Navegando num barco que calafetamos em pleno mar, sob a ameaça de naufrágio, não esqueçamos que a nossa presença a estibordo pode ser sentida como ausência a bombordo e fazer virar o barco!

Do labirinto não sairemos sem o fio de Ariadne e... o Minotauro espreita a cada esquina!...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O céu cor de chumbo é o espelho da minha alma.
É difícil não pensar que a morte prevalece e que a vida é o que lhe resiste.
Não sei também se a terra e o paraíso são antagónicos, mas o que é certo é que quando coincidem, o facto é combatido como heresia...
Também tenho dúvidas de que só encontremos quando saibamos o que procuramos, porque sei o que procuro (em abstracto) e duvido do que encontro (no concreto). E que dizer do encontrar sem procurar? Do procurar sem encontrar, nem vale a pena falar...
Entre o céu suspenso que paira sobre o mar onde se reflecte, voo:
Passou um mês e estou de luto.

domingo, 28 de junho de 2009























As coisas anunciam-se!
Tudo ao mesmo tempo, calor, chuva... a vida fermenta!
Não há maior fé que não acreditar em nada!


sexta-feira, 26 de junho de 2009


Consumação!
A alegria do melancólico é a euforia!

Pusilânime! O que quer dizer?
Será a vergonha do querer?
O voo da ave, como uma rajada, é a confirmação....

quarta-feira, 24 de junho de 2009

s/ data


"Em geral compreende-se o artificial melhor que o natural. As coisas simples exigem mais do espírito do que as complexas,mas menos do talento."
Novalis
Como é que pude prescindir da sofisticação? Por crer que pudesse ser natural, automática, na sua forma mais perfeita! O mito do natural pode ser tão artificial como o exclusivamente «racional». Os conceitos e os mitos entrecruzam-se, entretecem-se, formando a rede que suporta a vida mental. Que papel, que metas, representam para nós?

carta


Incendeias-me a imaginação!
É injusto desvelar-me perante ti sem a mínima correspondência da tua parte... No entanto, porque te quero, porque me atrais, tentarei resumir-me:


  • tenho a idade que tenho, o que muito me intriga;

  • vivo numa mansarda com jardim («...é a janela mais alta da Madragoa!...»), com a minha gata;

  • a gata foi uma herança. tenho muitas saudades do meu cão;

  • tenho o diploma de arquitecto e querem que seja um burocrata

  • há nove meses saí do regime de meia-pensão; fiquei farto da burocracia dos sentimentos...

  • depois, a minha vida foi um vendaval: o mundo entrou em crise, pessoas muito próximas adoeceram ou morreram...

  • nunca consegui conhecer ninguém...

  • tenho vários cadernos e vários tipos de cadernos...

  • estou farto da (sobre)vivência, quero a vida verdadeira;

  • acho-a indissociável da criatividade.
Depois disto tudo fico à espera que me fales de ti, e levo-te mesmo a sério! ...Tanto mais que me pões a arder.
Beijos
Oh!... Peixe-voador....
Tudo se pode transformar!
.
Hei-de morrer com os meus sonhos!
Os meus sonhos morrerão comigo?

segunda-feira, 22 de junho de 2009

última hora


Erupção da realidade na realidade:
Pode-se estar imerso no sonho, no sonho da beleza, da saúde, da inocência, da graciosidade, da suavidade do veludo e...., de repente, sermos confrontados com o peso dos anos, dos desgostos, das desilusões, da mais radical das solidões e... sobrevém o grande desalento!...
A primeira reacção é de nos refugiarmos ainda mais em nós (temos um baú cheio, cheio de histórias que nunca contaremos a ninguém... é mais uma?)... Não, não é nem a hora de as recontarmos a nós mesmos, nem é ainda o momento de abrir a porta e encontrarmos o mundo aos pés....
Continuemos a viagem...
Continuar a andar, de olhos abertos, sem deixar a sombra descolar de onde assentamos os pés...
Dentro de nós existe um silêncio feito de palavras, silêncio que as palavras, mesmo quando saltam, nunca podem transpor... Esse buraco, que nada pode cobrir, esse silêncio onde as palavras não foram inventadas, é onde residem as histórias... as histórias sem testemunhas... as histórias que não é possível contar... as histórias que nos tornam cada vez mais sós... as histórias maiores do que a sua memória: é aí que reside a nossa força e a nossa fragilidade!...
Não,
vira a página,
dobra a esquina,
a hora é sempre a última hora...
Vai, e não esqueças...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A imaginação fornece muito material para o sonho...

Quando os feitos são grandes, grandes são também os desastres...

Passasse quase sempre muito depressa ou muito devagar pela vida.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

E sempre, atenta e vigilante, a gaivota paira sobre as muralhas...

quarta-feira, 17 de junho de 2009




























O tempo.
Quando mais tento agarrá-lo, mais ele foge. Conclusão? Quanto menos se tem consciência dele, mais se dilata. Há coisas assim. Por exemplo, como lidar com a memória sem que ela nos entrave os passos? Se não der-mos um pontapé na pedra que é no caminho, pode ser tão incómoda como uma pedra no sapato. O tempo e a memória vivem entrelaçados. O tempo e a memória merecem reflexão. E o mundo merece ser visto como espectáculo, que é o que é.

terça-feira, 16 de junho de 2009

A fé em nós próprios pode ser, para algumas outras pessoas, uma autêntica provocação.

O que não existe, em um determinado momento, fora de mim, está dentro de mim. E o que está dentro de mim só me domina se eu não for senhor de mim (recordo os momentos alucinados já vivenciados).


segunda-feira, 15 de junho de 2009



Eu, motor de busca?!
Não!
Não sejas uma janela para o mundo...
Não, não dês o que de mais precioso tens
Sê o mundo.
Não o dês nem o desperdices.
Se só se aprende com os erros, porquê teme-los?

Porque não? Sempre em frente (não há outra direcção!), e estar à altura do que acontece...

(«Ética é estar à altura do que nos acontece», com a devida vénia a Deleuze)
Sede de absoluto?

domingo, 14 de junho de 2009

A morte é sempre inesperada.

sábado, 13 de junho de 2009



SE A LÓGICA PUDER CONCLUIR-SE SEM A RESPOSTA A CERTAS QUESTÕES, ENTÃO DEVE SEM ELAS CONCLUIR-SE.

terça-feira, 9 de junho de 2009

sexta-feira, 5 de junho de 2009

hoje é sexta-feira colorida

Olha novamente:
Nunca verás o mesmo...
A primeira vez, vês
Com os olhos com que sonhas
Sou o cofre,
a caixa-forte dos meus sonhos
Toda a gente tem medo de se entregar
Não eu!
O eu e o mim
são a coisa mais próxima que existe:
A caminho!
Para que ter ilusões:
Somos sós!
Como a liberdade ou os deuses!
Há muito que decidi
Ir até ao fim
(se não já me tinha suicidado)
Ir até ao fim e,
no fundo do corredor,
de costas para o paredão,
face ao sim e face ao não:
Ir de olhos bem abertos...
Há lá coisa mais bonita,
que o respeito mútuo!
Dizes: alto! como quem diz:
Não pares!
Bebes como quem beija,
A minha mãe deu-me a conhecer tudo:
até a morte!
A poesia e a pintura,
começam por p

quarta-feira, 3 de junho de 2009



4 - Lembra-te ainda há quanto tempo andas a adiar para mais tarde e quantas vezes os deuses te concederam prorrogas de que não aproveitas.
Cumpre-te compreender desde agora de que universo fazes parte, de que ser, condutor do mundo, és uma emanação e que a tua vida está estreitamente circunscrita pelo tempo.

Se não aproveitas este momento para ganhar serenidade, o momento passará, tu irás com ele e não terás outra oportunidade.



6 - Assanhas-te contra ti, ó minha alma! E não terás tempo de te tratares com salamaleques; a vida é breve para todos! E a tua está quase no fim, sem que te respeites a ti mesmo; pois que fazes depender a felicidade do que se passa na alma dos outros!



8 - Não é fácil ver um homen infeliz por não prestar atenção ao que se passa na alma de outrem. Mas os que não observam os movimentos da própria alma, esses são fatalmente uns desgraçados.



Marco Aurélio
Sacode o como deve ser. O é chega e sobeja.

terça-feira, 2 de junho de 2009