segunda-feira, 30 de agosto de 2010


(...) não há mais respostas... para quê fazer perguntas?

Abraçar o silêncio, que contém a resposta a todas as perguntas...


Este caderno parece o que é: um passaporte...


O dealbar (...)... o não esperar mais ajudas à leitura do mundo... o ver a crua nudez da realidade das coisas para lá dos folhos apetitosos da aparência...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O corpo e o espírito nem sempre andam a par, como era suposto.
Quando o corpo ganha a dianteira já nós sabemos como é, basta ter memória; e quando for, se é que já não é, ao contrário? Como será?
O que será que será, fulminante, remete-me para a fase conhecida em que o desconhecido domina...
Mas é uma sensação transitória, precária... o domínio do espírito ergue-se já no horizonte abarcando todo o circulo da visão... Não consigo deixar de notar o gozo que isto me dá....
Neste jogo do rato e do gato, o subjacente, como o fio de água do seco regato, corre sempre, como o sangue na veia, enquanto houver vida.

Ando à volta do essencial como o pardal aos saltos à volta da semente.
Suspeito há muito que a perfeição é cruel!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

ter olhos e ver

A visão. Uma visão.
A distância que vai de uma sentença à outra dá a medida da importância e amplitude dessa faculdade. Por isso, falar dela é tarefa tão gigantesca e espinhosa. Há tantas espécies de visão como espécies de cegueira. Há a permanente, quando nunca se viu. Mas dessa nunca se teve realmente consciência, portanto nunca se lhe sentiu a ausência, na verdade nem existiu. Estar obnubilado, o que pressupõe a realidade e a sua negação, parece, relativamente, mais dramático.
Felizmente... existe a relatividade!

a passagem do tempo

É impressionante como todos à nossa volta envelheceram. Ao ponto de se tornarem irreconhecíveis. Como é evidente, nós também vamos na mesma embarcação. Mas para nós sempre reservamos um lugar mais resguardado, mais arejado, onde os detritos do tempo não se acumulam tão intensamente. Recusamos envelhecer assim, de uma forma tão chocante: no fundo sabemos que por detrás daquela cara - que é um mistério - subjace o viço imorredouro, enquanto inesquecível, dos nossos verdes anos.

Boris Vian- Le déserteur