segunda-feira, 22 de junho de 2009

última hora


Erupção da realidade na realidade:
Pode-se estar imerso no sonho, no sonho da beleza, da saúde, da inocência, da graciosidade, da suavidade do veludo e...., de repente, sermos confrontados com o peso dos anos, dos desgostos, das desilusões, da mais radical das solidões e... sobrevém o grande desalento!...
A primeira reacção é de nos refugiarmos ainda mais em nós (temos um baú cheio, cheio de histórias que nunca contaremos a ninguém... é mais uma?)... Não, não é nem a hora de as recontarmos a nós mesmos, nem é ainda o momento de abrir a porta e encontrarmos o mundo aos pés....
Continuemos a viagem...
Continuar a andar, de olhos abertos, sem deixar a sombra descolar de onde assentamos os pés...
Dentro de nós existe um silêncio feito de palavras, silêncio que as palavras, mesmo quando saltam, nunca podem transpor... Esse buraco, que nada pode cobrir, esse silêncio onde as palavras não foram inventadas, é onde residem as histórias... as histórias sem testemunhas... as histórias que não é possível contar... as histórias que nos tornam cada vez mais sós... as histórias maiores do que a sua memória: é aí que reside a nossa força e a nossa fragilidade!...
Não,
vira a página,
dobra a esquina,
a hora é sempre a última hora...
Vai, e não esqueças...

Sem comentários: