tag:blogger.com,1999:blog-35930060343725551012024-03-14T01:17:58.825+00:00transeé sempre hojeOdracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.comBlogger948125tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-20511548467030044412023-12-21T17:44:00.000+00:002023-12-21T17:44:02.487+00:00<p style="font-family: "Helvetica Neue"; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">IN MMEMÓRIA</p><p style="font-family: "Helvetica Neue"; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 16px;"><br /></p><p style="font-family: "Helvetica Neue"; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">As tardes que eu aqui passei! Com esta música de fundo e a sala deserta… Na rua, próxima, o som da passagem de algum automóvel como o espraiar do ruído da onda ao longo da praia…</p><p style="font-family: "Helvetica Neue"; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Para acentuar como tudo é cíclico e se repete, a intrusão do que quer que seja entre mim e o tema quando, após me decidir a fazê-la, me apresto a tirar a fotografia.</p><p style="font-family: "Helvetica Neue"; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Ah… a sabedoria das horas mortas, do sossego e da solidão entre mim e o caderno: é esta a lição!: quando não se fala, escreve-se.</p><p style="font-family: "Helvetica Neue"; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Serei recompensado mais tarde, quando ao ler estas palavras voltar a esta tarde.</p><p style="font-family: "Helvetica Neue"; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: "Helvetica Neue"; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: right;"><i><span style="font-size: x-small;">20 Dez, qua</span></i></p>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-47113673353521306622022-12-01T20:53:00.001+00:002022-12-01T20:55:27.043+00:00<div>As moscas adivinham a morte<br />colam-se ao rosto dos vivos</div><div><br />não querem morrer mas<br />sabem que ninguém se salva<br />que o inverno virá <br />e com as suas chuvas<br />lavará as mágoas, o tempo pegajoso<br />e a sua própria vida.</div><div><br /></div><div style="text-align: center;">* * *</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: left;">Entrei naquele café </div><div style="text-align: left;">onde certas horas e tu própria</div><div style="text-align: left;">ficaram para sempre.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Trágico e perturbador</div><div style="text-align: left;">é não haver testemunhas</div><div style="text-align: left;">ficarmos condenados</div><div style="text-align: left;">à solidão e ao silêncio.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Quando desaparecermos</div><div style="text-align: left;">desaparecerão também </div><div style="text-align: left;">as recordações</div><div style="text-align: left;">que nos apertam o estômago</div><div style="text-align: left;">que nos enchem os olhos de lágrimas.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Minto. Exagero.</div><div style="text-align: left;">É o silêncio</div><div style="text-align: left;">a apertar o coração.</div>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-2179628865364599872022-12-01T20:10:00.001+00:002022-12-01T20:13:45.547+00:00<div>Voltaste ao local do crime<br />mas as cinzas estavam ja frias<br />e o vazio estava cheio de fantasmas.</div><div>A luz que ilumina</div><div>em excesso cega.</div><div><br /></div><div>Passei por aquela esquina</div><div>ergui os olhos para aquela janela</div><div>revi outra vez aquele quarto</div><div>onde o pavimento rangia a cada passo</div><div>e onde -- naquela tarde -- a minha vida</div><div>poderia ter mudado para sempre.</div><div><br /></div><div>Já no regresso a casa </div><div>-- onde ninguém me esperava --</div><div>cruzei-me com a alegria de um cão</div><div>à chegada da dona.</div><div><br /></div><div>O tempo, esse grande martírio!</div><div>Que sendo infinito se esconde</div><div>em coisas tão pequenas!</div><div> </div><div>O tempo e a água escapam</div><div>entre os dedos que os querem agarrar </div><div><br /></div>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-17237602339477299502022-12-01T19:56:00.004+00:002022-12-01T19:56:28.051+00:00<p style="text-align: justify;">O inverno parece pouco a pouco construir a teia que nos envolve. Mesmo sendo esta feita de tantas coisas do passado tem sempre um carácter único que nos transporta ao dia em que o vivemos. Nem sequer está frio hoje, mas estas notas nostálgicas que ouço enquanto escrevo poderiam ser de outro momento?</p><p style="text-align: right;"><i><span style="font-size: x-small;">(Sex,17Dez21)</span></i></p>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-40576444214882590232022-11-03T22:47:00.007+00:002022-11-03T22:47:51.480+00:00<p style="text-align: justify;">Mongólia. Fui ver a Mongólia através dos olhos de Ulrike Ottinger. A planície verde. Os majestosos cabeços redondos. Os garranos convivendo com os camelos. As cores!!!</p><p style="text-align: justify;">O outro mundo.</p><p style="text-align: right;"><i>(sex, 22 Out 21)</i></p>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-5834562935073910052022-11-03T22:41:00.002+00:002022-11-03T22:41:12.682+00:00<div><div style="text-align: justify;">Estou mesmo na terra de ninguém; as velhas sedentas de amor, já em pânico pela vertigem do fim e que sabem que tudo está destinado à derrocada: depois da devastação do tempo são mais objecto da fraternidade do que do desejo. As jovens, atraentes e desejáveis, mas carregadas de ilusões e entraves, sequiosas de bem-estar, segurança e... futuro. No presente, que é o que interessa, não há ninguém.</div><div style="text-align: justify;">Para ter uma vida que mereça ser vivida é preciso ter coragem.</div><div style="text-align: justify;">Escrevo para falar com alguém.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: right;"><i>(Qui, 21 Out 21)</i></div>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-90835097917925512242022-10-31T23:41:00.003+00:002022-10-31T23:41:27.817+00:00<p>O que lembro das mulheres, são pormenores.</p><p>Pequemos factos, grandes lições: como empilhar pratos no lava-louças, ter junto ao espelho da casa de banho sempre um pano para o limpar, como estender uma peça de roupa na corda ou como dobrar uma camisa...</p><p>Fora o sexo, a isto se resumiu a educação sentimental...</p>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-52241185140056696752022-10-31T22:40:00.006+00:002022-10-31T22:40:36.013+00:00<p style="text-align: justify;"> No Jardim da Estrela, onde não consigo passar sem pensar em certas horas da minha infância nos alvores da adolescência. (Um ano praticamente sem almoçar, após partir o termo que manteria o almoço morno, deitando fora consecutivamente a comida fria que trazia de casa). As verdadeiras batalhas, na sequências de grandes desafios de futebol no intervalo da hora do almoço em que éramos fechados e abandonados no recinto da escola, com pedras da calçada voando como setas que era preciso evitar mas que podiam atingir, e atingiam, um companheiro ao lado. A formação em coluna dois a dois que atravessava o jardim para ir para as actividades de milícia fascista no edifício sede: fui a primeira vez, serviu-me de reconhecimento. À segunda, numa das curvas do serpeante percurso deixei seguir a coluna e tergiversei para o lado oposto: esqueceram-se de mim, deixei de existir, deixei de pertencer ao número dos arregimentados. E a pena era de chumbar o ano se fosse descoberto!</p><p style="text-align: justify;">Também desse ano faz parte a minha estreia a voar na esteia de um carro eléctrico evitando o cobrador e poupando uns cobres para a compra de uma bola de plástico na fábrica que as produzia e que só aguentava um único dia.</p>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-61406402833601773452022-10-31T20:16:00.004+00:002022-10-31T20:17:49.906+00:00<p style="text-align: justify;">A dilatação do tempo! Como se fosse elástico e cada vez se tornasse mais fino, etéreo e efémero. Deixei de escrever como se tivesse deixado de lançar as redes ao mar e mesmo assim suspirasse por apanhar peixe...</p><p style="text-align: justify;"> Saber que se para um preço alto é suficiente para nos dissuadir de avançar, mas o verdadeiro impedimento é a descrença no milagre. É preciso muita coragem para atravessar o fogo. Avançar, despindo-nos de tudo. Avançar mesmo que saibamos que após o fogo nos esperam as cinzas.</p><p style="text-align: right;"><i>(Qui, 10 Junho 21)</i></p>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-23569494318884830472022-10-31T19:39:00.010+00:002022-10-31T19:39:46.300+00:00<p>Sempre! Uma palavra tão perigosa!...</p><p>Escorregadia... impossível de segurar na mão, (como um peixe húmido, acabado de retirar da água e que se nega a abandoná-la), assim também essa palavra se recusa a pertencer ao nosso mundo.</p><p style="text-align: right;"><i>(incoercível, 25 de Abril de 2021)</i></p>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-2276414409558636082022-10-28T23:52:00.008+01:002022-10-29T00:37:14.194+01:00<p><i> 4 da manhã</i></p><p style="text-align: justify;">O que é a insónia? Uma pedra no caminho dos sonhos, um cadáver na nossa cama, uma luz que não se apaga, um buraco no tempo onde sabemos que acabamos por cair exaustos. Uma ideia donde não conseguimos sair. Uma ideia fixa que não desiste de nós. Mas tudo se resume a uma estranha na cama.</p><div>Não se pode lutar directamente com ela: é a melhor forma de a manter de pé. <br />É preciso desistir para que ela desista de nós.</div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">O que fica é o escrito, dizia-se. Pois será. Mas isso é coisa do futuro. Agora, que é quando o tempo existe, só posso meditar no que tantas vezes dizemos para nós mesmos: estava escrito e isso dá às coisas a força das coisas fatais. </div>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-67353177528207613162022-10-28T20:04:00.002+01:002022-10-28T20:04:42.945+01:00<p>A morte da minha avó</p><p>contada pela minha mãe</p><p>ela estava deitada</p><p>como uma pedra</p><p>sobre um cordel</p><p>quando chegou ao pé dela</p><p>quis dizer alguma coisa.</p><p>Foi humilhada. A minha avó</p><p>pegou-lhe no pulso e</p><p>obrigou-a a deitar-se a seu lado</p><p>só a largou quando</p><p>já tinha abandonado este mundo.</p><p><br /></p><p><br /></p><p style="text-align: right;">(<i>A partir das Flautas no Canavial</i>)</p>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-85370088774976904312022-10-19T23:30:00.007+01:002022-10-20T00:51:21.831+01:00<p><span style="font-family: inherit;"> "Gostas da minha praia?", perguntou a miúda à mãe, mostrando-lhe o desenho que fizera.</span></p><p><br /></p>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-70249003667250362422022-10-19T22:53:00.008+01:002022-10-20T00:50:23.509+01:00<p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Voltei ao lugar do desenho</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">a mesa tinha mudado de sítio</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">o ângulo era diferente</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">já não existiam zonas iluminadas</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">tudo estava envolto na luz uniforme</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">do crepúsculo.</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;"><br /></span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Deparei-me com um turista esfíngico</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">sentado ao computador</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">obnubilando a tomada de vistas</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">que tinha utilizado</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;"><br /></span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Mesmo assim gravei a cena</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">para me servir de bengala</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">e para poder acabar o que tinha</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">começado</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;"><br /></span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Nunca mais, se tiver que o interromper,</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">deixarei de registar o local do crime</span></p><p style="font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">antes de o abandonar.</span></p><p style="font-family: "Helvetica Neue"; font-size: 11px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 12px;"><br /></p><p style="font-family: "Helvetica Neue"; font-size: 11px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 12px;"><br /></p><p style="font-family: "Helvetica Neue"; font-size: 11px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: right;"><span style="text-align: center;"> </span><span style="text-align: center;"><i>(Cinemateca, 15</i></span><i style="caret-color: rgb(5, 5, 5); color: #050505; font-family: system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif; text-align: right; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: x-small;"> de Outubro de 2021)</span></i></p>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-20261554847613216532022-10-11T21:03:00.002+01:002022-10-28T23:01:27.591+01:00<p style="text-align: justify;">Procuro uma mesa para escrever como quem, morto de sede, procura uma fonte ou: como o náufrago procura a tábua que o mantenha à tona.</p><p style="text-align: justify;">Estou doente: talvez a pena possa travar o alastrar da loucura do corpo e da mente. As outras fugas têm-se revelado, não um travão mas uma aceleração. Sobretudo do tempo que se some.</p><p style="text-align: justify;">Nestes múltiplos caminhos sem saída um há que sendo uma fuga para a frente é uma tergiversação da evasão onírica da leitura: a compra compulsiva de livros que não leio por falta de tempo ele oportunidade limitando-me a aumentar o seu stock iludindo-me como se comprasse o tempo da sua leitura ao mesmo tempo que o livro.</p><p style="text-align: justify;">Outro caminho em falso consiste em perder -- sobretudo, mas não só -- coisas. No aperfeiçoamento dessa arte joga forte o brincar às escondidas onde raramente se surpreende o que o destino fez desaparecer.</p><p style="text-align: justify;">(...) Desse clima rarefeito (onde se reconhecem afinidades) fazem também parte as coincidências, tramas que constituem o enredo em que vivemos, tanto mais numerosas quando mais atentos estivermos. E dentro desses estados de consciência alterada fazem ainda parte o delírio -- que pressupõe um discurso -- e a visão. A imaginação a partir de um pretexto real pode conduzir aos domínios do sonho com a facilidade com que um sopro incendeia uma brasa mortiça.</p><p style="text-align: justify;">Não temos o direito de arranjar companhia para uma viagem suicida.</p><p>Os rapazes da minha idade estão velhos. são jovens envelhecidos; por isso os reconheço. </p><p>Todas as caras são um livro. E uma multidão uma biblioteca.</p><p style="text-align: center;"><span face="system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif" style="caret-color: rgb(5, 5, 5); color: #050505; font-size: x-small; text-align: right; white-space: pre-wrap;"><span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> </span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></p><p style="text-align: center;"><span face="system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif" style="caret-color: rgb(5, 5, 5); color: #050505; font-size: x-small; text-align: right; white-space: pre-wrap;"><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span><span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span><span> <span> </span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span><span style="text-align: center;"><i>(</i></span><i style="caret-color: rgb(5, 5, 5); color: #050505; font-family: system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif; text-align: right; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: x-small;">8 de Janeiro de 2020)</span></i></p>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-24075355807375174402022-10-11T20:21:00.000+01:002022-10-11T20:21:00.087+01:00<p> Viver é morrer.</p><p style="text-align: justify;">Fui ver um filme em que na acção, entremeada, havia uma cena em que a personagem adormecia. Por fim não se conseguia distingir o que era a realidade ou o sonho da personagem: talvez fosse essa a tese do filme.</p><p style="text-align: center;"><span face="system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif" style="caret-color: rgb(5, 5, 5); color: #050505; font-size: x-small; text-align: right; white-space: pre-wrap;"> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> <span> </span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span>(</span><i style="caret-color: rgb(5, 5, 5); color: #050505; font-family: system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif; text-align: right; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: x-small;">6 de Janeiro de 2020</span></i><span face="system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif" style="caret-color: rgb(5, 5, 5); color: #050505; font-size: x-small; text-align: right; white-space: pre-wrap;">)</span></p>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-52830616461069795062022-09-21T18:20:00.002+01:002022-09-21T18:20:20.944+01:00<p>Cometo sempre o mesmo erro:<br />acreditar que os outros vejam<br />para além do que está à vista.</p>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-81199458238876244892022-09-08T22:54:00.002+01:002022-09-09T11:31:26.074+01:00<div>Voltei a ver o Rio, de Jean Renoir...<br />O Rio que corre desde Heráclito <br />onde já Platão molhou os pés<br />e que cresceu até ao Tejo que Pessoa viu...<br />O que é o tempo senão esta continuação?<br />E a vida não é se não continuar<br /></div><div>Ele corre indiferente a tudo <br />e nós ao espectáculo do mundo </div><div>do qual fazemos parte </div>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-51299489096826221992022-07-18T21:43:00.021+01:002022-10-28T23:21:14.626+01:00<p style="text-align: justify;"> Tempos ásperos:</p><p style="text-align: justify;">O sono aos sacões, cheio de bruscas interrupções, a vigília submersa por um quase sonambulismo. Um cansaço constante dado que o descanso é esparso. Tudo pela vida sem arrumação e pelas rotinas desfeitas pelo vórtice dos dias sempre iguais. Sobretudo a falta de um propósito, como de uma mão no leme. O sentimento de um tempo irrecuperável e sempre e só o refrigério da arte, da escrita, tendo sempre presente a definição de Beckett de que 'A arte é a apoteose da solidão'.</p><p style="text-align: justify;">Ainda me perguntam porque escrevo? As palavras reencontradas após uma longa ausência são uma bóia de salvação, pedras do caminho e única garantia contra a perdição.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">(<i>Ter 19/07/22</i>)</span></p>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-55716704133863265252022-06-06T22:11:00.052+01:002022-07-20T21:24:16.737+01:00<div style="text-align: left;">A MEMÓRIA É UMA REPETIÇÃO,<br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Um eco...</div><div style="text-align: left;">Procurava naquela floresta<br />um banco onde me sentasse </div><div style="text-align: left;">e assentasse<br />o que corria pela cabeça...</div><div style="text-align: left;"><br />O cabelo branco...<br />a morte a aproximar-se...<br />Quero bronzear-me!<br />Fazer um belo cadáver...<br />(Para começar a morrer</div><div style="text-align: left;">é preciso dar o tiro de partida)<br />Se pudesse voltar atrás<br />começava pelo princípio<br />e nunca diria </div><div style="text-align: left;">Ah se soubesse o que sei hoje... </div><div style="text-align: left;">pela simples razão<br />que outras coisas saberia </div><div style="text-align: left;"><br /></div><div>O tempo numa sala de espera<br />é sempre outra coisa</div><div>tem sempre um valor diferente</div>Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-54753381009731819892016-08-04T20:23:00.002+01:002016-08-04T20:23:18.943+01:00<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiPXbgZUOdVXcN-hOtjqZhmM3AC4_cvXSSSW123JNGTq7kNDjR5r5x7VNqVWgB_dVD3z3r61ZVSJrGvMd_awq1PTGmj3y5-wqlZQfrQT72u1hzlzdU0ImIe2hiXTjTrjFPQ202Si34ZEo/s1600/IMG_3268.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiPXbgZUOdVXcN-hOtjqZhmM3AC4_cvXSSSW123JNGTq7kNDjR5r5x7VNqVWgB_dVD3z3r61ZVSJrGvMd_awq1PTGmj3y5-wqlZQfrQT72u1hzlzdU0ImIe2hiXTjTrjFPQ202Si34ZEo/s400/IMG_3268.JPG" width="400" /></a></div>
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<br />Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-87311667092511589612016-03-24T15:44:00.003+00:002016-03-24T15:44:55.930+00:00<br />
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Porquê é que o verdadeiro surge sempre no nevoeiro, sempre velado, e é tão exigente cumpri-lo ou reproduzi-lo? Umas das razões é seguramente a pressa e a falta de calma de quem o persegue: o seu passo -- pressupondo sempre a completude -- é demorado e quem o ultrapassa não o reconhece.</div>
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Aproxima-se sempre a tempestade, o fim é inevitável; o tempo tudo e todos transforma em pó.</div>
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Onde estais senão na minha memória? A minha memória que cresce até já não caber na minha cabeça.</div>
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Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-8704206397307385922015-12-08T23:21:00.001+00:002015-12-08T23:21:06.652+00:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV4tgVMvtmbWlxOiwn6bHlKF5pxn99oLCk8AITfaRdm193tpUqj2El-OrHiy_cCvmMR4BtBfnVPH-Hp74XjVlQxfELV89STuC3EUpIIIdRwvDQ9bJkrkUgsJdqDp4QummdSsEO_wubgOQ/s1600/DSCF0448.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV4tgVMvtmbWlxOiwn6bHlKF5pxn99oLCk8AITfaRdm193tpUqj2El-OrHiy_cCvmMR4BtBfnVPH-Hp74XjVlQxfELV89STuC3EUpIIIdRwvDQ9bJkrkUgsJdqDp4QummdSsEO_wubgOQ/s400/DSCF0448.jpg" width="400" /></a></div>
<br />Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-29119966124495961502015-09-04T22:23:00.002+01:002015-09-04T22:23:38.345+01:00<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6xpk3TcvAgDGONSYuCDcZxWa3s5kx1pWFBywZLzcUlNr9JVSvU3yDZ5vxP123v_t7JPl3VOov2zO7yfPZM3-mf4me_ZlHwtF0NgZtZ3V-Q8rO0pzVRrx8ngpfiUcnaebAJdIsri_IUmg/s1600/L1010961.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6xpk3TcvAgDGONSYuCDcZxWa3s5kx1pWFBywZLzcUlNr9JVSvU3yDZ5vxP123v_t7JPl3VOov2zO7yfPZM3-mf4me_ZlHwtF0NgZtZ3V-Q8rO0pzVRrx8ngpfiUcnaebAJdIsri_IUmg/s400/L1010961.jpg" width="400" /></a></div>
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<br />Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3593006034372555101.post-14705890391131281692015-04-20T16:01:00.002+01:002015-04-20T16:01:28.540+01:00<br />
[Nascemos para sermos heróis]<br />
O medo: o medo empurra-nos para o enfrentarmos: é a forma de o ultrapassarmos. É por aí que encontramos a nossa amada adrenalina. (De que sou, desde sempre, adicto).<br />
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<br />Odracirhttp://www.blogger.com/profile/09899874581187523607noreply@blogger.com0