quinta-feira, 30 de abril de 2009
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Estou a ler Herzog de Saul Bellow; dele:
(...) tinha preparado o grande momento, ia fazer aquilo que mais gostava, dar o golpe.
(...) Pessoa de tendências irregulares, praticava a arte de circular ao acaso em torno dos factos para chegar aos dados essenciais.
(...) o facto é que me foi negada a loucura.
(...) à procura da felicidade -- devia estar preparado para maus resultados.
(...) atribui a tua agonia a uma estrela.
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Oh! O mal-estar de ser joguete de um jogo de que não fazemos parte senão nessa condição; há que compreende-lo e sair de cena.
Não posso esquecer o meu norte, a minha estrela...
Quando o horizonte se incendeia e há fogo a bordo, retesamos-nos no convés, gritamos, mandamos mensageiros para a amurada, para a proa, para cima , para baixo, subimos ao mastro mais alto, lutamos e contemos-nos para suster a vaga e afrontar a tempestade... mas quando o raio da lucidez nos electriza, vemos que é tudo tão simples... abrir as válvulas e deixar a água entrar! O incêndio tem que se extinguir. O barco não vai para o fundo do mar. Porque o barco é o mar e o mar é o barco. E nós somos simplesmente naúfragos... e um naúfrago é um banhista sem destino.
Desejo o verão! Desejo o mar!
(e porventura tem que ser assim mesmo, primeiro lutamos sem compreender depois compreendemos sem lutar)
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Um jovem não tem passado, mas pode ter memória.
terça-feira, 28 de abril de 2009
Rilke: o elogio do difícil e a solidão como escola e escolha.
(...) na solidão podem-se abrir portas para o mundo interior onde cada passo é um degrau para o topo do mundo. A solidão é também a distância dos outros, de quem nos pode atingir quando estamos tão sensíveis. Essa distância, que também podemos impor, é particularmente útil para quem não nos merece confiança ou para quem, em guerra consigo mesmo, só nos pode incendiar. Por outro lado, não como profilaxia mas como terapêutica, é de facto o verdadeiro empurrão para a nossa hermenêutica (o mergulho em nós mesmos), que não só nós consola como nos fortalece.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
sábado, 25 de abril de 2009
A voz do sangue está para além das palavras.
Parte para a tua viagem: sê absolutamente radical: concede-te um dia, um só dia da tua vida, sem horas, sem concessões a ninguém, e parte.
Por tua conta, sem preocupações de regresso, no desconhecido absoluto, só contigo: não voltarás a ser o mesmo, voltarás a ser a criança, o rapazinho, o adolescente, o jovem obcecado, o adulto amargurado, o velho sedutor, o aventureiro, o lobo do mar, o arquitecto delirante, o explorador sonhador, o desafiador dos medos e dirás com um sorriso nos lábios: «Era uma vez...»
Ficarás a saber que já não há mais uma vez mas sim todas as vezes ao mesmo tempo: no teu peito cheio caberá o universo.
O que importa o resto?
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Ao mais ligeiro rumorejar das águas, aos primeiros lampejos da luz que nos chama, logo que sobre a superfície vítrea se espalhe o menor sopro de vento, zarpar! Levantar ferro e vela, ser rigoroso e implacável: a vida esvai-se na espera.
A Arte, a liberdade, a solidão, estes são os verdadeiros valores. O Amor é um sonho e uma quimera. A coragem, a inteligência teleguiada.
Ouço a tua voz sempre dentro de mim.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
quarta-feira, 22 de abril de 2009
A chama chama-me.
Escrevo e a luz do dia vai apagando a vela acesa.
Escrevo: a tinta são as lágrimas.
Vi me velho antes de crescer, antes dos meus progenitores entrarem no limbo, antes de ser um homem, antes de ser adulto. Os meus olhos são faróis, iluminam o caminho, a noite para a qual irrevogavelmente caminho. Vejo. Não só o passado que revejo, mas também o que há-de vir.
Sempre foi assim.
Uma espécie de pacto entre mim e o feiticeiro, o guerreiro solitário que posso ser, ou a bandeira que freme à menor brisa.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
domingo, 19 de abril de 2009
sábado, 18 de abril de 2009
Aos vinte anos já tinha tido um filho, plantado uma árvore, escrito um livro, -- pensava que já tinha vivido a vida -- , não sabia que a estava a viver pela primeira vez.
A gota que rola
da montanha até ao mar
tem uma paciência
uma persistência
onde estão fundidas
a vontade e a natureza
que a fazem
Invencível
Amanhã (hoje, porque já passa da meia-noite, vou passear para a serra de Sintra!), humm...!
(...)estou agora a ler a carta de Kafka ao pai, haverá coisa de mais pessoal que ela? E não é magnificamente escrita e descrita uma relação humana que, por assim ser tratada, evoca todas as outras?
de M. Lutero:
«(...) é perigoso agir contra a consciência.»
de Nietzche:
«a mentira mais frequente é aquela que se conta a si próprio; mentir para os outros é relativamente a excepção»
Escrever, apercebi-me, é como desenhar no sentido do mecanismo e veículo que nos leva do olhar ao ver, o reescrever é um pouco como o redesenhar: traçar por cima.
Talvez me tenha despedido hoje de um companheiro que conheço há décadas (desde adolescente), talvez não esteja presente no próximo jantar, no outono.... podem-me falar, gritar até, não esqueças a vida!.. mas custa-me ver como ela é tão... delicada! E como a amo, com um amor tão desesperado ... (despedi-me dele, noto agora, com um até já -- haverá outra maneira?)
As pessoas da nossa vida: no caminho de quem ao nosso lado vai encontramos a força para os nossos passos! (não quero ser sombrio... adoro a luz!)
quarta-feira, 15 de abril de 2009
segunda-feira, 13 de abril de 2009
domingo, 12 de abril de 2009
sábado, 11 de abril de 2009
Se tens muita dificuldade em saber o que queres é porque não queres verdadeiramente.
Oh! Perceber que tudo foi um longo equívoco...
Há limites para qualquer construção: a Torre de Babel nunca chegou ao céu...
Tenho muita imaginação: pode ser um flagelo.
Não escrevas com ninguém a espreitar por cima do teu ombro...
Sou um poeta, só.
Não tenhas pressa, mas acaba tudo o que começas...
Um par de opostos em que vale a pena apostar: a concentração e a descontracção.
Apaixona-te pela tua obra ou ela nunca terá vida!
Não mergulhei no mar...
Saí do outro lado do mar!...
Quando penso no fim, encontro o fim do princípio.
O que é básico não deixa de estar perto da vida.
No amor não há sobreposições.
Estou a escrever no picotado, alguma vez escrevi noutro sítio?
Que revolução não se faz aos trinta?
E não repetiremos aos sessenta?
sexta-feira, 10 de abril de 2009
quinta-feira, 9 de abril de 2009
quarta-feira, 8 de abril de 2009
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