domingo, 30 de setembro de 2012

sábado, 29 de setembro de 2012

Quem conhece muitos mundos pagará o preço de não poder compartilhar o seu.
Mas a solidão sacode-se. É como deixar de fumar: custa a princípio e depois torna-se um hábito. O verdadeiro perigo é pensar que a vencemos. Ela não abdica do seu lugar, venderá cara a pele e infligir-nos- à muitos sofrimentos se pensarmos removê-la.
Um tigre de papel não deixa de ser um tigre.
Vem-me sempre à cabeça a imagem da travessia da queda de água para além da qual se encontra a entrada do vale mágico aí encerrado desde a infância...

segunda-feira, 24 de setembro de 2012


(Robert and Shana Parke Harrison)

Somos tão joguetes das circunstâncias que custa perceber, a não ser como acto de revolta, a forma como as ignoramos. Ainda por cima tendo em conta o abismo que existe entre o que pensamos e o que somos.
As circunstâncias são as teias do destino e mais do que alterá-lo, que é a tradicional ideia do herói que fazemos, é importante estar à sua altura, como os gregos diziam. Eles que tão bem pensaram o homem e o herói, aquém e além do semi-deus e do próprio deus.
É por isso que insisto, até me convencer, que aceitar os degraus da escada é a melhor forma de a subir: o destino não deve ser forçado, deve ser vivido.
Conhecer-mo-nos a nós mesmos é como descer a um poço à medida que a escuridão se vai adensando. É nessa floresta que abriremos as clareiras, até chegarmos a céu aberto. Os caminhos não se cruzam só por nossa vontade... o que não quer dizer que hesitemos nas encruzilhadas. O milagre é possível, caso contrário como teríamos coragem para prosseguir? Quantos incêndios não atravessámos sem nos extinguir, correndo de fogueira para fogueira?

sábado, 22 de setembro de 2012

domingo, 16 de setembro de 2012


Top row (left to right): Jacques Lacan, Cecile Eluard, Pierre Reverdy, Louis Leiris, Pablo Picasso, Fanie de Campan, Valentine Hugo, Simone de Beauvoir, Brassai
Bottom row: Jean-Paul Sartre, Albert Camus, Michel Leiris, Jean Abier .
photo: Gilberte Brassai


sábado, 15 de setembro de 2012

Um serão de verão, com um livro à espera...

Não sei porque escrevo. Talvez para pôr a falar, dentro de mim, o que sente e o que pensa. E o rigor e o gozo que este exercício envolve, semelhante ao do equilibrista sobre o fio tendido, faz-me crer que avanço, vencendo o desequilíbrio, à luz dos clarões que iluminam, momentaneamente, a escuridão que me rodeia. 
É um prazer consubstanciar uma coisa tão etérea como um momento. Fazer dele o momento, o que não existe antes nem depois dele mesmo. 
É tempo de viver a realidade e de não ficar à espera do futuro que é apenas uma hipótese, uma névoa. O passado passou e dele só resta a memória que são cinzas. Fraca lenha para alimentar o incêndio do presente. 
Não quero ter horas, nem fazer nada, quero o que existe. É o que exige o tempo em que a minha vida está em suspenso, como um voo antes de mudar de direcção.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012



Gosto de contemplar as pessoas e sei que o seu rosto é o mapa de um mundo.

Ver gestos de amor consola-me a alma.

...Quanta fragilidade esconde tamanha armadura!

Não acreditamos em milagres, mas passamos a vida à espera deles.

No exílio, vivemos entre estrangeiros, mas não há maior exílio do que aquele que se vive na pátria: ser estrangeiro na própria terra.

Vivo na angústia de ver o verão escoar-se e com ele o amor. 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

















Pavilhão 31
Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa
Jeff Koons & José Ribeiro

domingo, 9 de setembro de 2012


[Archives of the Prefecture of Police]

sábado, 8 de setembro de 2012

terça-feira, 4 de setembro de 2012