Não sei porque escrevo. Talvez para pôr a falar, dentro de mim, o que sente e o que pensa. E o rigor e o gozo que este exercício envolve, semelhante ao do equilibrista sobre o fio tendido, faz-me crer que avanço, vencendo o desequilíbrio, à luz dos clarões que iluminam, momentaneamente, a escuridão que me rodeia.
É um prazer consubstanciar uma coisa tão etérea como um momento. Fazer dele o momento, o que não existe antes nem depois dele mesmo.
É tempo de viver a realidade e de não ficar à espera do futuro que é apenas uma hipótese, uma névoa. O passado passou e dele só resta a memória que são cinzas. Fraca lenha para alimentar o incêndio do presente.
Não quero ter horas, nem fazer nada, quero o que existe. É o que exige o tempo em que a minha vida está em suspenso, como um voo antes de mudar de direcção.
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