A esplanada na praia.
Combinei o encontro… pelo
telemóvel. Pausa. Um gole de imperial fresquinha… Ah! Sabe tão bem, com o
calor, o mar ao fundo, o vaivém incessante dos veraneantes… Ah! Depois do
esforço de pedalar na estrada… E zás! Claro que me tinha que esquecer do
telefone…
Previdente, pu-lo a carregar - e ainda tinha bateria – para poder contar
com ele. E claro, na contagem das mil e uma coisas (que por certo nem sequer
vou utilizar) a meter no saco… pronto! Ficou para trás. E aqui estou, à espera
deles – que estarão já um pouco atrasados -
a imaginar a quantidade de tentativas de me contactarem por qualquer
eventual e certo acerto, nas horas, no local, eu sei lá de quê… Tenho demasiadas
coisas na cabeça, tenho que me lembrar de demasiadas minudências, são
demasiados sacos, saquetas, lápis, cadernos, bugigangas que carrego comigo
quando me desloco.
(Apareceram, vou interromper este
nosso relato)
Tenho demasiados parafusos na
cabeça, tudo está demasiado apertado. Sonho com “Tudo o que tenho levo comigo”.
Estranho, esta realidade em que cada pé pisa uma tecla diferente e única do
teclado… mas é isto, e hoje já é a tarde do dia seguinte em que o mar e os
veraneantes são já uma paisagem verdejante, de pombas e patos, de lagos e regatos,
onde o sol declina no estômago da urbe e onde me questiono de onde e como ser
mais livre.
Sem comentários:
Enviar um comentário