domingo, 5 de agosto de 2012


A esplanada na praia.
Combinei o encontro… pelo telemóvel. Pausa. Um gole de imperial fresquinha… Ah! Sabe tão bem, com o calor, o mar ao fundo, o vaivém incessante dos veraneantes… Ah! Depois do esforço de pedalar na estrada… E zás! Claro que me tinha que esquecer do telefone…
Previdente, pu-lo a carregar  - e ainda tinha bateria – para poder contar com ele. E claro, na contagem das mil e uma coisas (que por certo nem sequer vou utilizar) a meter no saco… pronto! Ficou para trás. E aqui estou, à espera deles – que estarão já um pouco atrasados -  a imaginar a quantidade de tentativas de me contactarem por qualquer eventual e certo acerto, nas horas, no local, eu sei lá de quê… Tenho demasiadas coisas na cabeça, tenho que me lembrar de demasiadas minudências, são demasiados sacos, saquetas, lápis, cadernos, bugigangas que carrego comigo quando me desloco.
(Apareceram, vou interromper este nosso relato)
Tenho demasiados parafusos na cabeça, tudo está demasiado apertado. Sonho com “Tudo o que tenho levo comigo”. Estranho, esta realidade em que cada pé pisa uma tecla diferente e única do teclado… mas é isto, e hoje já é a tarde do dia seguinte em que o mar e os veraneantes são já uma paisagem verdejante, de pombas e patos, de lagos e regatos, onde o sol declina no estômago da urbe e onde me questiono de onde e como ser mais livre. 

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