Começava a recear que não tivesse tempo para ler todos os livros da biblioteca. E cada vez comprava mais livros. Não viajava. E cada vez tinha mais sacos e mochilas. A sua visão tinha sido alterada. E manchas e sombras surgiam agora na sua retina. De repente e num relance, reconhecia como no voo picado de uma ave de rapina sobre a sua presa, objectos, seres e monstros próprios de um ser alucinado e que instantaneamente reconduzia à normalidade de uma ilusão. Tinha as fotografias espalhadas e desordenadas em vários depósitos, ainda sob controle, mas de uma forma cada vez mais ténue.
Os outros eram cada vez mais eles. O tu cada vez mais ele. Ele cada vez mais eu.
Entre a prosa e a poesia escolhia um comprimido que dentro dele se dissolvia e subia como um foguete que estralejava em mil estrelas que na suave descida iluminavam a sua escuridão.
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