É sempre tudo possível!

Amor, hoje teu nome
a meus lábios escapou
como ao pé o último degrau...

Espalhou-se a água da vida
e toda a longa escada
é para recomeçar.

Desbaratei-te, amor, com palavras.

Escuro mel que cheiras
nos diáfanos vasos
sob mil e seiscentos anos de lava --

Hei-de reconhecer-te pelo imortal
silêncio.

Cristina Campo

Fui completamente aspirado: resta-me o esotérico!

Uma manhã tão ligeira, tão cristalina, tão transparente que os sons parecem que ressoam no cristal...

O céu é de um azul tão uniforme que podia ser recortado! Havia de ser interessante reutilizá-lo na mesma paisagem, mas... a outra hora... noutra estação?... com chuva, vento, e rajadas?!... e seria o mesmo sítio? seríamos mesmo nós?

Como é que podemos ser tantos?

É uma questão de dias!

(não sabemos é quantos!)