quarta-feira, 12 de junho de 2013



Olho à minha volta e vejo quem me entende suavemente abanando à brisa que passa. Do alto das suas copas as árvores contemplam o burburinho angustiado de quem não tem o seu horizonte.
Quando me afasto deste caderno, tantas conversas que se perdem e ficam a meio… Não é que isso tenha qualquer importância (é da essência do milagre ser sempre pela primeira vez). Mas o registo das coisas parece ser o seu atestado de vida, e se é finita a parte iluminada da memória no seu todo confunde-se com o universo.
Uma jovem – agora desaparecida – andava para trás e para a frente falando sozinha, enquanto proferia um discurso com um objecto que transportava na mão.
Gosto de ver as pessoas. Gosto de ver as pessoas que passam com os olhos impassíveis das árvores. Gosto de ler sempre outra coisa no mesmo livro.

Para andar a par nada como um chão comum.


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