Não lamentes o que perdeste, foi a forma de encontrar outras coisas. Viver e fazer confundem-se, e agir é um plinto para ser o que se é. Há quem tente que lhe tenhamos rancor para assim nos poder odiar. Pobre de quem só conhece a espécie de amor que se transforma em ódio. Ser exemplo para si próprio, só dividindo-nos… resta a reflexão sobre a existência, em que confrontamos dois tempos diferentes no mesmo tempo. Seja o que for, o que é preciso é fazer. As saídas fluirão depois…

As nossas verdades mais profundas confundem-se com as grandes intuições.

na banca da cabeceira, à espera:
O bosque da Noite, de Djuna Barnes

Deutscher Werkbund - 100 anos de Arquitectura e Design,
na Cordoaria

Relatório do estado dos meus olhos:

1. Oito horas à frente de um computador? Não me parece que consiga!

2. Ler um documento com duzentas e tal páginas, ainda por cima em linguagem técnica!? Não sei sequer se consigo estar a ler uma ou duas horas seguidas, de um livro que me agrade. Bom, se o conseguir encontrar…

3.Quando acordo não vejo; sento-me na borda da cama e na linha que os meus olhos perseguem, mesmo em cima das letras da palavra que pretendo ler, está um aranhiço!

4. Está o aranhiço que me visita.

5. Nestes tempos, o que tenho feito é adaptar-me a uma visão diferente. Desde puto que sei que não há visão, há visões.

6. Disseram-me que durante um ano poderia haver alguma recuperação. Mas que não era garantida.

7. Um lítote: a dificuldade de acertar com o buraco da fechadura.

8. A minha situação nem é uniforme nem é constante.

9. Já me esquecia, há por vezes como que assim umas moscas no campo de visão, pequenas mas deslizantes. Por vezes, também, confundo-as com mosquitos reais, o que não deixa de ter a sua graça…