domingo, 18 de setembro de 2011

O vento flagela a tarde...

Pensar ou…, melhor: e escrever, são actos absolutamente solitários. Prazeres solitários: setas incendiárias na noite: levantam-se as redes na espreita de um peixe. Peixe: outro nome para palavra. A palavra tem um peso próprio. O que fica, a amarra, como uma chumbada ou como uma âncora. E reverbera, cintila e mais tarde acorda esta tarde, esta hora que passa. Só se consegue a calma, a concentração na escrita quando se assume que escrevemos para nós próprios e não nos deixamos perturbar pela ausência (ou pela falsa presença) dos outros. Luto contra o vento que vira as páginas onde escrevo. Fumo, migalhas e grãos de açúcar…



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